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Bovespa reduz ganhos no final, mas fecha em alta de 0,3%

Depois de apresentar altas em torno de 2% durante quase todo o pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo reduziu drasticamente os ganhos na última hora de negócios. Ainda assim, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou com valorização de 0,32% cotado em 53.920 pontos.

Durante todo o dia, o mercado de ações brasileiro acompanhou as praças externas, animadas por sinais de que os líderes europeus estão avançando na busca de soluções para que o problema da Grécia tenha efeitos minimizados na região.

Para Pedro Galdi, analista-chefe da Corretora SLW, nesses dias, os mercados "podem ir do céu ao inferno a qualquer momento". De um lado, está a iminência do calote grego, de outro, os esforços dos líderes europeus para lidar com a situação. Hoje, afirma o analista, "os investidores se apegaram mais ao fato de que as discussões caminham bem na Europa".

Na Europa, as bolsas subiram mais de 4%, no terceiro pregão consecutivo de ganhos, impulsionadas pelo forte desempenho das ações de instituições financeiras. Nos Estados Unidos, os principais índices também sobem.

No Ibovespa, Galdi comenta que as altas são também ajustes técnicos após a forte queda de cerca de 5% da última quinta-feira.

Entre os maiores ganhos da sessão ficaram ações financeiras, com o Itau em destaque com uma alta de 4,17% e os papéis do Bradesco subindo acima de 2,5%.

Também tiveram fortes valorizações: CCR (+4,10%) e Cosan (+3,89). Entre as ações de maior peso no Ibovespa, a Vale subiu 0,74% (a R$ 40,80) e a Petrobras caiu 1,31% (a R$ 19,52).

Hoje e nos próximos dias, os mercados globais estarão atentos às novidades relacionadas à Grécia. O que está em discussão no momento é uma possível injeção de recursos do Banco Central Europeu no chamado Fundo de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). "A ideia é capitalizar os bancos para o caso de a Grécia quebrar. É um modelo que indica que a Grécia vai declarar o default, mas que as instituições financeiras estarão mais seguras," diz Galdi.

Nesta terça-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, encontrou-se com o primeiro-ministro grego, George Papandreous. Antes do encontro, a líder da Alemanha havia afirmado que seu país está disponível para ajudar Atenas a cumprir as metas traçadas com a 'troika', o trio composto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.

Durante o encontro, Merkel se mostrou solidária à Grécia, segundo o jornal inglês Le Guardian, mas disse que o país precisa fazer "sua lição de casa", implementando cortes de gastos e reformas.

Também hoje, autoridades da Grécia se encontraram para votar novas medidas fiscais, o que deve continuar a provocar manifestações populares.

Amanhã os líderes do país vão se reunir novamente com a tróika. Na quinta-feira, a Alemanha vai tentar aprovar uma medida para a ampiação dos recursos do fundo EFSF e também para que possam ajudar outros países, como Itália e Espanha.

Um outro plano também em discussão na Europa permitiria que os países endividados trocassem suas dívidas por títulos lastreados pelo Banco Europeu de Investimentos. Apesar de animar o mercado, analistas comentam que ainda há dúvidas de que o plano funcionaria, uma vez que muitos países europeus possuem dívidas muito altas.

Essa ideia poderia gerar o descontentamento dos credores, comenta Galdi, da SLW. "Isso consiste na troca dívida de todos os países por um novo título, de longuíssimo prazo e taxa maior. Mas quem tiver seus papéis trocados vai se sentir incomodado. Imagine alguém tem tem um título que vence mês que vem e, de repente, tem as condições alteradas," afirma.

Na Ásia, as principais bolsas fecharam em forte alta nesta terça-feira, animadas também pelos sinais de que os formuladores de políticas da Europa podem estar progredindo na direção da estabilização da crise da dívida que assola a região.

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